domingo, 26 de julho de 2009

"Saborear a vida..."

     Saborear a vida: esse é o título de um dos livros do saudoso Pe. Léo(Comunidade Betânia). Por sinal, ainda não o li, mas, percebe-se que é bastante sugestivo. No entanto, não é sobre o livro em si que são estas palavras.
Ora, saborear é sentir o sabor...bem simplório.
(...)
     Imagino que podemos comparar, logicamente que com as devidas proporções guardadas, a vida com aquilo que saboreamos. Bem, quantos de nós já experimentaram os sabores da vida? Para muitos, tornaram-se até dissabores. Mais que isso, penso que, ao prová-los, é possível corrigir os erros que os tornaram assim.
     Quantos maus tratos recebe a nossa vida, muitas vezes causados por nós mesmos? E o que podemos aprender com eles? Simples: possibilidades para minimizar futuros possíveis erros e desencontros. Afinal, se prestarmos bem atenção, veremos que a vida sempre nos presenteia com belos e duros ensinamentos, eles podem ser tranquilamente os seus sabores. Por hora, alguns não tão agradáveis, até mesmo desagradáveis; outros não tão apreciáveis...contudo, saborear a vida é provar sim seus sabores, aproveitando sempre a melhor parte...
(...)
     Sabe aquele olhar de Jesus na Bíblia, e que sempre o tem, ao enxergar a necessidade das pessoas? Olhar de igualdade, de ver algo melhor em nós e que possa superar tudo que temos de dissabores. São tantos os exemplos, porém, gostaria de citar um.
     As irmãs Marta e Maria. Uma preocupada com a "festa", com o banquete para o convidado(o que é uma maneira de cuidar), e outra que enxergava apenas o visitante, aquilo que ele melhor oferecia, sua palavra, e dava-lhe também sua atenção, o que ela tinha de melhor(também é uma maneira de cuidar)...
     Pergunto-me qual das duas pôde aproveitar-lhe melhor o sabor, a que o serviu ou a que encheu-se dele?
     Jesus falou que quem buscou escutá-lo se preocupou com a melhor parte.Imagino, no entanto, que aquela que preparou toda a "festa" parou para escutá-lo, porém, bem depois, assim perdera o início de suas palavras. Ele falara isso não por ser egoísta, mas, por ensinar os atalhos da vida.
     Ora, não é saudável que nossas atividades nos escravizem nas piores partes, na fuga do nosso próprio viver, por exemplo. Ele mesmo nos provou isso:

fez do seu cotidiano uma preparação para o próprio martírio...
fez da sua morte uma causa do espanto de outros...
e da sua ressurreição, ponte entre aqueles que deixara, os ouvintes, e o que o chamara, o Pai.

     Saborear a vida: apontar caminhos para o próximo, caminhos de ressurreição diária e eterna.


Ramiro Teixeira, 29/04/2009.

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