terça-feira, 27 de abril de 2010

"Ao regime, às àguas..."

Curioso como a vida, por vezes, segue o regime das águas... as pessoas vêm, passam, vão...
Há ocasiões nas quais as famílias se reúnem,
cada uma em seu meio. Todos.
Os avós, os pais, os filhos, alguns primos,
os filhos dos primos, os sobrinhos, os cunhados,
os sobrinhos dos cunhados, os irmãos dos cunhados,
as esposas dos irmãos, e por aí segue. Todos se encontram.
A hora dos encontros diverge. Uma hora estão uns, outros não,
os que estavam observam o avançar das horas, e vão. Chegam outros,
mais tarde que a hora avançada que levou os primeiros. A mesma hora os trouxe.
Tarde para alguns, exato para outros, cedo para aqueles. A mesma hora vista por três diferentes referenciais, e ainda há o quarto, que considera tal hora como hora nenhuma ou nem considera hora de fazer alguma.
O coração se alegra com a casa cheia,
entristece-se com a partida, mas se conforta porque é o ciclo da vida
e comporta-se com outras chegadas.
É a mesma praia que recebe e devolve às águas as ondas.
Ondas pequenas, fraquinhas
ou turbilhões de metros cúbicos capazes de devastar o que encontram,
de inundar o ressequido. Mas, é a mesma praia.
É o mesmo coração, sofrido, experimentado,
ora desértico ora inundado, encharcado
ou apenas à espera da próxima "enxurrada de gente" com tudo que ela tem de seu, que recebe e devolve à vida as pessoas.
Mas é o mesmo coração.

Ramiro Teixeira.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"descobrimento do Brasil..."

     Está bem, muitos discordam do termo "descoberta" do país Brasil pelos portugueses. O fato é: com esse episódio, duas culturas, "contemporaneamente" falando, puderam interagir, a ponto de iniciarem outros tipos de vida, e, encurtando aqui muitos anos da nossa história, a formação do povo brasileiro!
      Ora, se os brasileiros são vistos como uma gente "de bem com vida" não é pelo fato de não terem adversidades, de todo tipo, muito menos por serem um povo ocioso. Ao contrário, somos uma nação batalhadora, trabalhadora, cheia de paixões e virtudes. No entanto, como todos os outros povos, somos dependentes de educação, e mais, somos carentes dela (causa maior da descrença por parte de muitos de nós em relação ao país). Podemos, ainda assim, ver vários exemplos dessa luta diária pela sobrevivência educacional: Machado de Assis, Monteiro Lobato, José de Alencar e tantos outros anônimos, aqueles mesmos ao nosso redor, para a grande maioria.
     Está bem, esse "de bem com a vida" pode até ser um meio político para disfarçar e encobrir nosso lado venal: o jeito de fazer política; por isso mesmo podemos ter vários exemplos de produção do conhecimento social, estejam aqui os cientistas sociais, os antropólogos, os historiadores, os geográfos, entre tantos.
     Com a extensão do nosso país, não é pouca a nossa diversidade cultural. Cada região com sua peculiaridade e sua valiosa contribuição nacional. Parece-me faltar a união entre educação e política para, então, o povo brasileiro ser de fato notado, e não apenas com o rótulo de "de bem com a vida."

Ramiro Teixeira.