quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Proibições... ou ...?"

É Proibido- Pablo Neruda

"É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam"

(...)

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Sugestões..."

         "Um bom livro pra ler?"
      
      Este foi o que podemos chamar de "pedido de sugestão" de uma amiga colocado (ou postado) hoje em uma das redes sociais mais "visitadas" ultimamente. Ora, estamos em um período de férias universitárias, ao menos na Federal do Rio Grande do Norte, e muitos alunos apelam para diversas soluções como fuga do tão "temido" ócio (nesse sentido como "nada pra fazer" ou mesmo "preguiça") após um cansativo e longo semestre de estudos com prazos apertados.
         A primeira resposta que ela obteve foi: "Vai depender muito do tipo de leitura que você gosta...". De fato, nos encontramos no receio de sugerir algo cujo conteúdo corra o risco de não satisfazer os desejos de quem o recebe ou pede, seja por um tipo de leitura da qual não aprecie ou por qualquer outro motivo. Porém, penso que quando alguém faz um pedido desses é justamente para experimentar o que ainda não faz parte de seu mundo, nesse caso, literário, e para não se privar do ânimo de encarar algo desconhecido, mesmo que não o goste a princípio.
         O que é bom para mim pode não sê-lo para outrem, mas quando li este "Um bom livro pra ler?", o primeiro que me veio à frente imaginariamente dos meus olhos foi "Cem anos de solidão", de Gabriel Garcia Marquez, e que talvez de cara já crie um certo afastamento pelo título, e não serei eu a desmistificar a história do livro apenas pelo simples fato de ele trazer a suposição de um conto enfadonho, o que de fato não é.
Ramiro Teixeira.        

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

"A uma atriz, Castro Alves..."

Branco cisne que vogavas
Das harmonias do mar,
Pomba errante de outros climas,
Viestes aos cerros pousar.
Inda bem. Sob os palmares,
Na voz do condor, dos mares,
Das cerranias, dos céus...
Sente o homem - que é poeta.
Sente o vate - que é profeta
Sente o profeta - que é Deus

Há alguma cousa de grande
Deste mundo de amplitidão,
Como que a face do Eterno
Palpita na criação...
E o homem que olha o deserto,
Diz consigo: "Deus 'stá perto
Que a grandeza é o criador".
E, sob as paternas vistas,
Larga rédeas às conquistas,
Pede as asas ao condor.

Inda bem. A glória é isto...
É ser tudo... é ser qual Deus...
Agitar as selvas d'alma
Ao sopro dos lábios teus...
Dizer ao peito - suspira!
Dizer à mente - delira!
A glória inda é mais: É ver
Homens, que tremem - se tremes!
Homens, que gemes - se gemes!
Que morrem - se vais morrer!

(...)

Espumas flutuantes, p. 140.