segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Dia do teólogo..."

      A Teologia se propõem a nos ajudar na compreensão de Deus. E dependendo do grau de seriedade com que se encara tal estudo, chega-se a conclusões que por muitas vezes parecem contrariar tudo aquilo aprendido. Tive a oportunidade de compor uma turma de estudantes de Teologia Católica, no ITEPAN(Instituto de Teologia Pastoral de Natal)e por curtíssimos e valorosos dois anos presenciei calorosas discussões. Não foram poucas as vezes(diria até que de todas as aulas) que sai da sala com algo diferente e empolgante sobre Deus. Essa Ciência se utiliza das "revelações" feitas por Deus ao longo da história para mediá-Lo com a humanidade.
      No entanto, mais importante que conhecer a visão de uma doutrina em torno de seu criador, é saber que Deus jamais subjuga alheios.
    Ora, certa vez perguntaram a Jesus quem era o próximo, prontamente contou-lhe a parábola do "bom samaritano" e disse que "o próximo é aquele de quem eu me aproximo". Eficácia!
Eu diria que se torna impossível não se aproximar de alguém! É como disse um palestrante teólogo(reservo-me a não citar seu nome), ele trocaria todo seu estudo no qual aprendeu sobre misericórdia divina pelo que sua mãe demonstrava em seu dia-a-dia: que o céu se faz na vida de cada um, basta que tenha "próximos" para apontar-lhe...a cada dia tenho mais provas e certeza desse fato.
     À parte os paradoxos religiosos, é a essência de religar o divino e o humano, o humano e o humano que precisa sobressaltar as relações cotidianas.

   Aos "teólogos informais" do dia-a-dia..."quem no pouco se encontrou, aprendeu multiplicar, descobriu o dom de eternizar"(Contrários, Pe. Fábio de Melo)...belo trabalho!

Ramiro Teixeira.

domingo, 15 de novembro de 2009

"A república..."

     Há exatos 120 anos era vivida a Proclamação da República. Essa forma de governo designa algo direcionado a todos. Pelo menos era esse um dos pensamentos que regiam uma minoria "elite" brasileira, que lutava para defender seus interesses...contra a arbritariedade imperial, no caso. Bem, se essa estrutura executiva contempla a todos mesmo, é oura história. O fato é que precisamos, estando desta vez do lado majoritário, ir em busca dos próprios objetivos.
     Ora, cada um sabendo o que lhe é favorável, fica bem mais fácil tal trajetória. Quando conhecemos nossos direitos, sem esquecer os deveres; onde estão as falhas e como corrigi-las, é possível uma virada na situação.
     Sim, porque "ficar na janela para ver a banda passar", se acostumando com tudo que ela toca, é o mesmo que reviver o "pão e circo" romano. Um pouco de consciência individual para agir socialmente não há de fazer mal a ninguém. No entanto, são tantas as preocupações em "ter isso, ter aquilo", ter status, que por vezes não me admira a mesquinharia tão vigente em nossa "democracia". Está bem, e os alimentos e roupas arrecadados em campanhas de fim de ano? Certo, mas não acredito que as pessoas vivem apenas com isso. E a dignidade?
     Dignidade é algo do qual todos deveriam gozar, porém, não são muitos que têm oportunidade para tê-la. Sendo assim, há algo de errado em nosso movimento republicano, pois é excludente.
    Comecemos, então, a priorizar a cidadania. Uma República deve assegurar os direitos políticos e civis de seus cidadãos. E me arriscaria a dizer que esses direitos começam com uma boa educação.

Ramiro Teixeira.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"Muros de Berlim..."

     Há 20 anos caía o "Muro de Berlim", 09/11/1989, e supostamente a barreira mais gritante do século XX, divisor dos ideais políticos, econômicos, culturais e sociais. A disputa entre o capitalismo e o socialismo pelo controle mundial, cada um pregando sua ordem como a salvacionista.
    Imagino como as pessoas agiram ao se depararem com a "estrada livre". E mais, com a liberdade de exprimir o que lhes tocava, tudo aquilo que há muito estava guardado, não apenas pelo concreto, mas, pela nuvem autoritária sobre suas cabeças impondo-lhes o regime que deveriam seguir; a oportunidade de reencontrar aqueles que fizeram parte de suas vidas, a satisfação de algo novo. No entanto, não é em política propriamente dita que quero falar.
     Como canta Belchior: "quero uma balada nova..." e como é gratificante ver os muros caindo, os regimes suplantados, ideologias surgindo. Tudo isso torna o indivíduo sentir em si mesmo que deve mudar, e essa mudança traz benefícios, traz alívio, traz expectativas.
     A história "é feita" de conquistas, e quantos homens lutaram pelos direitos que temos hoje, acreditaram em seus ideais comuns com os de outros, sem gozar de hegemonia, porque não existe algo perfeito para todos, e se houvesse, começaria pelo respeito mútuo, base de qualquer relação...quem dera fôssemos claros o bastante para compreender que não precisa-se de imposição para viver longe de ameaças. E como nem tudo é completo ou exato, começaria indicando as letras de um tal Belchior!

Ramiro Teixeira.