quarta-feira, 31 de março de 2010

"Alucinação..."

     Se são vícios inebriantes os estímulos de tantos nessa "caminhada", tenho a preferência por me debruçar na observância dos acontecimentos diários. Ora, o que de fato torna a vida explicitamente cativante senão seus próprios eventos? É certo, nem todos os fatos nos trazem alegrias ou contentamentos, de maneira a não me referir a todos, nem menosprezando os depreciativos, embora também esses componham o dia-a-dia, mas àqueles inevitavelmente dignos da destreza do fino trato humano.
     Esse sim, protagonista como é, e ao contrário de ser visto como objeto de estudo, no sentido de coisa apenas, com sua diversidade em vários ou todos os sentidos, proporciona aos outros, sobretudo a quem se propõe a se aventurar no universo do gênero humano, uma sucessão de "experiência com as coisas reais", portanto, passamos a ser coadjuvantes uns dos outros. Essa aproximação, além de intimidade, gera "cumplicidade", pois um homem por si só não realiza o cotidiano, nem mesmo o seu somente, por mais que se trate de um líder em suas mais diferentes caricaturas, mas precisa de outros indivíduos compartilhando de suas ideias e afirmações, e negações, ou seja, o homem não poderia fundamentar-se em nada que não fosse essencialmente humano, portanto, real.
     Essa clareza quanto à sua "independência" do não-humano nos libertaria de quantas outras arbritariedades não fosse o caráter de "necessário" embutido nas concepções impostas a nós, o qual, sem perceber, aderimos.
    Contudo, se olharmos atenciosamente para tudo isso, tanto para o fator meramente humano quanto para a realidade na qual vivemos e as trangressões presentes nela, e consciente de suas diferenças, veremos o quão é alucinante a experiências com as coisas reais...

Ramiro Teixeira.

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Humorização..."

     Quem não passou pela oportunidade de reconhecer algo de sua infância, sobretudo referente ao humor? Por exemplo: "ah, esse desenho animado é do meu tempo". Pois, o que marca(ou deveria) a nossa infância senão um bom entretenimento bem humorado? Quanto a isso quem não se lembra de "Os trapalhões", seja por ter visto propriamente na época("ao vivo") ou por reprises? Ao menos para mim, esse quarteto modelou a infância "engraçada" e cheia de magia.
      Ora, não foram poucas as vezes que esperei por um filme, um seriado e tantas outras mais produções deles. Sem querer mencionar a falta de criatividade da maioria dos humoristas atuais(ou pelo menos os supostos humoristas!), a versão com os quatro trapalhões faria um tal sucesso nos dias de hoje. Talvez isso explique a desconsideração com os vinte anos da morte de Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias trapalhão, hoje, 18/03. Logicamente o aniversário da morte de algúem não é motivo de comemoração, no entanto, sua memória poderia ser um pouco mais viva na mídia, veículo para o qual contribuiu significativamente com suas "trapalhadas", "risadas" e piadas.

        Aos verdadeiros ícones da "humorização"...

Ramiro Teixeira.

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Dia da escola..."

     A história humana perpassa pela atividade do aprendizado, ou seja, teoricamente ou mesmo na prática, o ser humano foi adquirindo conhecimento acerca de algo(seja esse algo do mais simplório ou do mais complexo!). De maneira a estarmos fadados a aprender "coisas"...e as convenções sociais instituíram a Escola, "fonte de conhecimento e educação, tanto formal quanto informal, um espaço onde o aluno é o protagonista e aprende a desenvolver suas atividades, além de ser um laboratório de inclusão social, promovendo...o sentido de importância da comunidade".
     Eu me lembro, não perfeitamente, da minha iniciação escolar (como instituição), e a primeira ideia a qual me remeto é aos Estudos Sociais, então matéria(disciplina) introdutória...o contato com as regras sociais às quais somos submetidos: respeito, organização, símbolos, hierarquias etc, logicamente naquele tempo, 1991/1992, não eram essas mesmas palavras usadas. Até por que se assim fossem, nós, pelo menos eu, não assimilaríamos muito bem, ao menos na porcentagem com a qual o foi feito.
      Aquilo tudo me fascinava, um universo sendo planificado bem ali à minha frente, e traria consequências singulares. Conjugaria o meu viver acadêmico com o olhar atencioso sobre a vida social. Destacaria este mesmo blog, onde me dedico com algumas reflexões; um curso de iniciação em Teologia; e, sobretudo, não por acaso, o ingresso na graduação em Ciências Sociais.
       E é justamente nos corredores e nas salas desta nova escola(de 3º grau, de nível superior, ou seja lá quantos nomes mais lhe dêem) onde aumenta o meu respeito por esses institutos educacionais, contudo, consciente de que não se limitam por suas paredes, mas se tornam extensos também por meio dos seus alunos, "título" do qual não quero abrir mão.

     Aos muitos professores e colegas alunos...sucesso ao mundo escolar!

Ramiro Teixeira.

segunda-feira, 8 de março de 2010

"Socialidade feminina..."

Dia Internacional da Mulher.
     Definitivamente esse dia já não tem a mesma conotação de seu início, começo do século XX, onde enaltecia a luta feminina na atuação nos campos político, social e trabalhista, tomando ênfase após um incêndio numa fábrica em Nova Iorque. Decerto, o feminismo, valendo-se de seu discurso intelectual, procurava libertar-se de seus opressores e atingir direitos além dos já citados. O mundo viu-se diante de uma "onda" outrora desdenhada e agora "ameaçadora" da prepotência masculina, sempre em busca do exercício pleno do poder.
      Modernamente, aos mais desinteressados, basta um ramalhete, uma caixa de chocolates (nem tão caros assim!), um jantar bem elaborado, um cinema, uma noite de prazeres etc etc, para um 08/03 perfeito. Não que tudo isso não seja importante, verdadeiramente o é, no entanto, seria meramente pobre resumir-se assim. O problema está na escassez de cavalheirismo, a ponto de as mulheres já não esperarem com tanta avidez aquilo de que são merecedoras: reconhecimento pela sua essência, feminilidade.
      Ora, imagino esse dia um pouco diferente do qual temos. Sem querer, apesar disso, tratar com demagogia o assunto, mas, apenas reconhecer o porquê, as mutações e as vigências propostas a nós nesta data, pois entendo o toque da mulher na sociedade tão importante quanto força de liderança dos homens.
      Além do mais, são inúmeros os exemplos femininos durante toda a história, sobretudo no nosso dia-a-dia. Basta observar a peculiaridade de nossas mães, irmãs e esposas, assunto já comentado aqui mesmo neste blog.
     Como reconhecimento ao trabalho da mulher, desejo uma vida cotidiana à altura de suas convicções.


Ramiro Teixeira.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"lembrança e flores..."

"A história é um vasto cemitério de grandes verdades mortas".

     Essa frase foi repetida pelo professor de Sociologia da UFRN, Alípio de Sousa filho, e percebi que ela tomou tal proporção entre nós, alunos, (gerando alguns comentários um tanto quanto reflexivos). Ora, as sociedades sempre foram norteadas por pontos vistos por seus indivíduos como irrefutáveis(e aqui não entraria no mérito de discutir a aristocracia social, as divisões de classes etc.), no entanto, muitos desses pilares vêm perdendo seu poderio de regimento, e, aquilo outrora inquestionável, finaliza-se por abrir espaço para novidades tidas como preponderantes, mas que também ruirão a ponto de sermos chamados de retrógrados, antiquados e obsoletos.
      Dessa forma, a hipocrisia de pensarmos ser o mais valoroso intelecto dentre os homens nos taxa pelo desrespeito com o passado, porque seremos, mais cedo ou mais tarde, idem superados. Porém, se com respeito são tratadas as proposições alheias, as culturas para nós exóticas, teremos a oportunidade de viabilizar as nossas crenças, e o respeito será mútuo.
     Pois se torna-se inevitável a morte de nossas verdades, que ao menos elas tenham um sepulcro digno de lembrança e de flores.

Ramiro Teixeira.