segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Convenção..."

     Período de início de alguma atividade(seja acadêmica, profissional, de entretenimento ou de outra qualidade) sempre traz renovação(quanto às pessoas novatas) e reafirmação(ao serem transmitidos os acordos firmados ora por leis oficiais ora por usos e costumes-o direito consuetudinário). Dessa maneira vão se delineando o círculo pelo qual nossas vidas transitam. Ora, os fatos, em geral, são os mesmos sejam dentro da política, economia, educação, religião ou família, variando um ou outro caso ou a forma como as pessoas reagem a suas possibilidades. Não é a totalidade das pessoas que tratam com idêntico zelo o cotidiano de seu meio.
     No entanto, há uma conformidade entre os participantes de uma mesma esfera, além daquilo presente na superfície diária. São os modelos com os quais vai nos educando a sociedade, pontuados na observação dos primeiros a realizarem uma simples atividade, em seguida sua repetição a torna um hábito, coletivo, costume. São construídas regras pelas quais se tornam íntimas, ao mesmo tempo que alheias, as ações dos indivíduos. Tal intimidade porque identificamos nelas as convenções sociais pelas quais somos direcionados a agir. E como tudo em nossa vida esse tratado social nos deixa como legado um propósito fixo de meta a ser alcançada: convívio comum dentro dos padrões já estabelecidos. Porém, também produz uma certa margem de transgressão. Transgressores são vistos como "ameaça" à ordem, nunca como acréscimo ao já conhecido e assimilado, são postos à margem.
      A conveniência para as partes envolvidas num processo de relação mútua, mas indiferente para outras, tem desdobramentos que mascaram a realidade de fato e demonstram a fragilidade com a qual a essência do homem é tratada(com mesquinhez).

Ramiro Teixeira.