terça-feira, 21 de julho de 2009

"Conflitos..."

     Silêncio, por favor!
     Eu preciso ouvir, preciso concentrar-me, e este barulho está insuportável.
Sabe quando o corpo pede, ou melhor, clama por silêncio e não o tem? É horrível. O primeiro sintoma é mau humor. É o descanso merecido interrompido e a conversa importante em meio ao barulho. É o som disputando com outras frequências, e tantos outros barulhos, a tirar-me o sossego.
Calem-se! Não estão vendo a necessidade de calar-se?

     Às vezes é preciso solidão para ouvir o "certo" e entendê-lo...falo do silêncio externo, das vozes, do barulho, eu quero sossego. O silêncio me faz refletir...para outros, traz angústia, dor, depressão. Eu procuro aproveitá-lo da melhor forma possível, sugar tudo que pode me oferecer: o motivo pelo qual isso acontece, aquilo acontece, não acontece, enfim, por que há o que há. Unir as informações, contemplá-las, entendê-las, dispor-me e ir. Silêncio!

     Falem, por favor!
     Eu preciso ouvir, preciso informar-me, e este silêncio está insuportável.
Sabe quando o corpo anseia por ouvir para alimentar-se, e não encontra? É horrível. Primeiro vem a solidão, depois, o desespero pela solidão, então, nada criamos.
    Ouvir uma boa união de palavras, boas frases, belas canções, histórias comoventes...jogar "conversa fora".
    Contato com gente, com vida, convida a ser gente, convence com vencimento os convencidos para que convençam a si mesmos, e que vençam com todos.
Nesse caso, sim, com a alma repleta, aliás, transbordante de vida, de gente, de histórias, de belas histórias de gente, é preciso do silêncio, porque o corpo pedirá repouso para refazer e criar maneiras de contar a vida.

     Primeiro vive. Depois escuta, então revive.

    Respeito ao que o corpo pede, ao que a alma pede. Conjugar-se. Uma coisa de cada vez, a cada momento, a cada passo, no compasso exigido, no compasso sugerido.
     Paciência...não é verdade?
     Saber distinguir o silêncio e as vozes, eles se misturam, e nos confundem. Se disfarçam, e não é por mal, é para nos aguçar. Tornar doce o deleite, o doce deleite de ter os sentidos apurados, polidos, agudos, pontificados, fincados em cada uma de suas tarefas...tarefa particular...

     Estou ouvindo uma banda ensaiar, é quase meia-noite...o silêncio e as vozes se misturam disfarçadas...poderíamos chamar de fundo musical. Interessante.
Queria dizer-lhes que tocam bem...

Ramiro Teixeira, 03/03/2008.

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