quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Muros do país"...

       Às vezes me pego imaginando o que Belchior quis(quer) dizer com o "eu prefiro andar sozinho", na música, sei lá...mesmo com o contexto de sua obra, não me arriscaria a dizer que foi por causa da ditadura, ainda que tenha sido. Enfim...
     O fato não se esconde em desdenhar o "braço" de outra pessoa, mas expressa-se no que diz respeito ao próprio ser humano ter capacidade de escolher seu caminho, sem que tenha que dar crédito ao que todos dizem e acreditam, menos ele mesmo. Seguir aquilo que seu coração suscita, porque nos direcionamos tanto para o que as pessoas nos apontam, que por vezes é preciso "gritar", como a música. Não, não se trata de individualismo, mas, de ter as próprias convicções! Vê-se as coisas um tanto quanto "paradas", sem uma reação mais enérgica dos indivíduos, sem propósitos reais em boa parte da juventude. Me pergunto se o sentimento que fez com que muitos lutassem contra um tal regime sumiu entre os que têm forças para reivindicar os direitos adquiridos...muitos sonhos ainda podem ser alcançados("...porque bate lá meu coração...")
     Ora, se "a felicidade é uma arma quente", é para nos fazer mais fortes na busca dos objetivos. Ao mesmo tempo, esse "caminho"(os muros do país) vai ganhando nossa forma, nossos sonhos, nossas letras, nossas verdades, ainda que o tempo nos molde, pois nos ensina a usar melhor o que acumulamos. E se fomos leais ao que buscamos, sendo também a nós mesmos, teremos muita coisa boa a deixar por esses muros, que cercam tudo por onde as pessoas andam e estão a cobrir novos horizontes e perspectivas alheias. Passarão não mais a separar, mas a dar certeza de que sempre há um novo, não como ameaça. Como sociedade!

Ramiro Teixeira.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Dia dos professores..."

     "Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano."
     Comemoram-se muitas datas, no entanto nem sempre sabe-se o valor e o propósito de tantas. Não menos importante é dar o valor devido a esses profissionais, dos quais dependem todos os outros. Afinal de contas, médicos, engenheiros, advogados e também professores(são os mais "populares", mas incluiria muitos outros ainda!) passaram pelo aprendizado de seus professores, ou mestres, como queiram.
      Ora, se "há maior felicidade em dar que receber", é, então, uma vida cheia de realizações. Passam a ter considerável parcela na formação social, e, quando assumem seu verdadeiro papel, de educador, podem sim transformar a sociedade, porque fomentam valores indispensáveis ao ser humano. Não esquecendo que eles são seres humanos, e, portanto, também erram, como qualquer outro.
    Um muito obrigado aos professores que eu tive...logicamente que tenho vários nomes de cabeça, porém, não me arriscaria a citar alguns...sucesso a todos!(seria bom se algum lesse isso!)

Ramiro Teixeira.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Pluralidade..."

     Ora, em meio à "democracia que vivemos", podemos encontrar toda e qualquer tipo de produção, seja cultural, artística, profissional, amadora etc. Vemos também as diferentes maneiras de reação do ser humano quanto às diretrizes que a sociedade toma por norte. São as mais diversas formas de expressões, religiosa e política, por exemplos, que dominam em massa a ponto de a tal "democracia" deixar de lado uma de suas principais "armas"(a liberdade!).
     A pluralidade, e não seria redundante dizer na sua mais abrangente definição, torna mais rica as relações sociais. Pena que ainda muitos não se permitiram o "luxo" de conviver de forma amigável e verdadeira, no mínimo tolerável, com seus dissidentes. Afinal de contas, como diz o Diácono Nelsinho Correa(da Comunidade Canção Nova, Cachoeira Paulista-SP): "as diferenças não são barreiras, e sim, riquezas"...(ah! eu demorei um bom tempo para concordar com isso!).
    Certa vez eu participei de um congresso de âmbito nacional da Igreja Católica, e pude perceber, entre outras, duas coisas: 1ª mesmo dentro de uma esfera comum, há muitas diferenças...2ª com as diferenças aprende-se a ceder sem perder a própria identidade.
      Não, não estou tratando de ecumenismo cristão, que é um ótimo tema, por sinal. Mas, de convivência humana apenas, mesmo por que o cristianismo é uma linha em meio a tantas outras, seria um tanto quanto egoísta falar disso nesse momento. E não é válido tornar escravo a meu bel-prazer aquele que não quer a "liberdade" igual à minha e procura "escravidão" diferente da qual me escondo...desde que haja respeito e tolerância entre as pessoas, é perfeitamente louvável a crença alheia...quando tal grupo entende que não é o único, tudo isso se torna bem mais fácil, quando não se prende a meras regras nem a propósitos incabíveis, o trato torna-se singular e possibilita a diversificação da qual tanto precisamos e a qual tanto buscamos.


Ramiro Teixeira.