segunda-feira, 28 de maio de 2012

"Greves", professores e federais...

       Muito se questiona a universidade quanto à sua falta de tato e aproximação efetivas junto à população. Ora, críticas em relação às suas pesquisas, que se voltam apenas para os interesses de seus pesquisadores. Não podemos esquecer, no entanto, que estes mesmos cientistas carregam consigo a mesma subjetividade que "os demais seres humanos" trazem como marca de humanidade.
     
      Nestas últimas semanas temos acompanhado todo um debate sobre a greve que os professores das universidades federais do Brasil vêm decretando. No caso da UFRN, a discussão gira em torno ao menos da realização de uma assembleia para avaliação da situação e acordo ou não de adesão ao movimento grevista.


        Ora, o fato da não consulta junto aos docentes, sendo este fato verdade ou não, por parte da associação dos professores da UFRN desencadeou insatisfações e alguns artigos sobre as tensões entre os doutores. É, meus caros, ali também, e sobretudo ali, no ambiente das ciências, o fervor para a prática política parece ainda estar flamejando.

Ramiro Teixeira.

sábado, 19 de maio de 2012

"E as contribuições..."

"Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social..."

Ouro de tolo, Raul Seixas

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Greves e greves..."

     E a greve dos rodoviários em Natal?

"NA LUTA POR MELHORES SALÁRIOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO"

     Entre as tantas idas e vindas das tentativas de negociações, de um lado os empresários alegando os transtornos da greve e os maus bocados que a população está passando, população esta que gera o lucro para os grupos empresariais; e ainda, os figurões de paletó com o discurso da ilegalidade da greve por não está cumprindo as determinações da lei, no mínimo 30% da frota funcionando, ou 70% nas horas de pico e 50% nos demais horários.

    E de outro lado os funcionários das empresas, motoristas e cobradores, alegando o não cumprimento empresarial em acordos anteriormente traçados, reajustes salariais, segurança frente aos frequentes assaltos aos ônibus, expondo os trabalhadores e passageiros aos desdobramentos de um ato criminal.

     E no meio disso tudo a população passageira, enquanto uns são favoráveis ao Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro), entendo a situação de exploração de sua força de trabalho a qual são submetidos os rodoviários; outros acrescentam a situação do povo em não poder se locomover para o trabalho, universidade e outros compromissos.

     Não desconsiderando as peculiaridades da greve em questão, mas tentando lançar um olhar para o entorno da situação natalense, dois fatos temos que ter em mente, primeiro, não há neste conflito um lado apenas que arque com o cenário caótico deflagrado; e segundo, se a história das sociedade é feita desses embates e se o povo quer ter alguma condição digna de produção de vida, precisamos tomar com exemplo de reflexão essas reivindicações e converte nossos anseios em vozes e atitudes transformadoras das situações de misérias a que estamos submetidos.

Ramiro Teixeira.

domingo, 6 de maio de 2012

"Educação, policiais e governo..."

        Na primeira semana do mês de maio de 2012 foi noticiada a presença de policiais militares para fazerem a segurança das escolas estaduais do Rio de Janeiro.

"O convênio entre as secretarias estaduais de Educação e de Segurança prevê que os policiais trabalhem nas escolas nos horários de folga em seus batalhões.
Em sua justificativa para o convênio, a Secretaria de Educação afirma que o objetivo é proteger alunos e professores e coibir o consumo e a venda de drogas, assim como o aliciamento para o tráfico no entorno das escolas."(Folha.com, 01/05/2012)

       Será que com esta suposta solução não estariam as entidades envolvidas somente transferindo o problema existente nas escolas para outro lugar, as ruas, por exemplo?
         
      Ou este é mais um exemplo de que de fato as escolas, apesar de todo discurso dos politiqueiros-educadores (ou vice-versa) de "educação para todos", se fecham em suas políticas de cumprimento de horário com as portas "abertas" para aulas?

        Ou, mais ainda, percebemos com isto que a sociedade (a parte que decide as medidas na política) está cada vez mais jogando para baixo do tapete, e no caso o tapete alheio, os problemas que ela própria cria?

        Ora, acredito que há de se pensar em supostas soluções menos dramáticas e radicais. Os alunos aos saírem das escolas vão inevitavelmente ter contato com este "aliciamento para o tráfico" e não são os policiais armados nas escolas que irão proibir esses casos. Se os estudantes e a população em geral não tiverem consciência da realidade do mal que o tráfico de drogas provoca, e somente forem coibidos por medidas proibitivas governamentais, não terão a opinião própria de dizerem "NÃO" às drogas e a outros males sociais.

      Portanto, uma cultura de livre e crítica consciência sobre suas decisões pode até melhorar a qualidade de suas ações, sobretudo do voto de cada cidadão.

Ramiro Teixeira.

terça-feira, 1 de maio de 2012

"mais um 1º de maio?..."

Marcelo Matos, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
   
Os Sem Terra Querem Reforma Agrária e Justiça no Campo

     O mês de abril chegou ao fim, e mais uma vez o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST mostrou sua força e organização, as ações ocorreram simultâneas em 21 estados brasileiros, desde ocupações de rodovias, em prédios públicos e ocupações de terras, tudo para lembrar os 16 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, o governo por sua vez, chamou rapidamente a coordenação do movimento para conversar, porém não apresentou propostas concretas para resolver a situação das famílias sem terra, de uma pauta que se arrasta por mais de 10 anos desde o Governo Lula.

        A jornada de lutas como assim é chamada obteve várias conquistas, desde a reposição do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA, que havia sido cortado por ordem da Presidenta Dilma, até a liberação de recursos para assistência técnica e para obtenção de terras.

        Mas, o principal objetivo, para além das questões econômicas, foi a luta por justiça, lembrar-se dos 21 companheiros que foram assassinados na curva do “S” no Pará, exigir a punição para os assassinos, que até hoje não foram presos. Lembrar que nos governos Lula e Dilma a impunidade continua no campo, denunciar a falta de uma política de reforma agrária que de fato cumpra com o objetivo de eliminar a pobreza no meio rural, mas essa reforma agrária para ser feita precisa ter povo mobilizado combinado com a vontade política de um governo que a faça.

         Lula perdeu uma oportunidade histórica de ter realizado a maior reforma agrária que o mundo já viu e Dilma está cada vez pior na relação com os movimentos sociais. Para se ter uma ideia nos governos de direita os movimentos podiam esperar tudo, desde massacres até pessoas infiltradas para sabotar as ações dos movimentos e espionar para informar a policia, mas foi nos governos ditos de esquerda que descobrimos as ações de espionagem realizadas pela Agencia Brasileira de Inteligência (ABIM).

         Da para continuar iludidos com um governo desse tipo? 

       O PT ainda quer que os movimentos sigam apoiando seus candidatos nas eleições que vem a frente, mas os atos praticados pelo governo do seu partido os trabalhadores não perdoarão, o tempo vai se encarregar de fazer a justiça e o povo sabe que a nossa força está na organização popular e por mais que façam ligação do nosso movimento a partidos políticos, sempre tivemos nossa autonomia e vamos mante-la.

     Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, é preciso se organizar cada vez mais, ocupar as fábricas, os latifúndios e organizar o povo para a revolução socialista, por isso a luta agora é para a construção de uma reforma agrária popular realizada pela força da classe trabalhadora, lembrar do inicio da luta pela terra no Brasil uma palavra de ordem que não podemos esquecer:
       "Reforma Agrária: Na lei ou na marra!"

 Marcelo Matos