sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Peito de operário..."

"E nessa guerra de Deus e do diabo
Entre fogo cruzado desertou
Bela Inês, com seu peito de operário
Não me esconde seu ar conservador"

Romance da Bela Inês,  Alceu Valença.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Eternizar..."

"Que o verso tem reverso
Que o direito tem o avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E o ódio é uma forma tão estranha de amar

Que o perto tem distâncias
Que o esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema, solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz."

Contrários, Fábio de Melo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"De cima do telhado..."

Bilhete

"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."


Mário Quintana.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"O Projeto Trilhas Potiguares..."

       Trilhas Potiguares é um projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em parceria com municípios do estado
      Certa vez um professor me falou que ao longo da vida vamos conhecendo várias pessoas, desde a infância, adolescência, juventude, na fase adulta do ser humano e na sua velhice (ora, ouvi de algumas trilheiros que ser adulto é ser independente pelo menos financeiramente), enfim, e que as amizades mais fortes que ele consolidou, o tal professor, foram as cultivadas na universidade, por serem pessoas com os seus ideais à flor da pele, embora os ideais de alguns sejam diferentes dos ideais dos outros.

    No entanto, o respeito pelas diferenças é mantido à medida em que percebemos os mais variados estilos e modos de vida ao nosso redor, isso nos impulsiona a somar com os outros, a ser mais um componente em um grupo, e não simplesmente impor nossa maneira aos demais.

     Por muitas vezes eu tomava a liberdade de "parar o tempo" e apenas observá-los, não, muito mais que isso, tentar entender o que estava se passando ali bem na minha frente, e nunca chegava a uma resposta satisfatória ou mesmo a uma resposta, só fui enxergar uma possibilidade quando já em casa (ou seja, neste momento em que escrevo) mais uma vez reconheci que não podemos parar o tempo, como desejei por várias vezes, e tentar ver de um anglo melhor para entender aquele amontoado de indivíduos se abraçando e trocando algumas pequenas intimidades sem serem necessariamente próximos de longos anos.

      Como não acredito em receitas a serem estritamente seguidas para as  "cenas da vida", esta nos surpreende a todo instante, por mais que ensaiamos o que vamos dizer e fazer diante de certas ocasiões e pessoas, não conseguiremos manipular a vida, talvez até acertemos alguns "capítulos", mas, muito mais ainda teremos que mudar nossa maneira "de decorar os textos e os gestos". O aprendizado com as pessoas enriquece quando somado ao que já sabemos.

     A observação nos ensina muito, porém, aprendi que para entender melhor aquela situação de trilheiros até então "desconhecidos" entre si era preciso vivê-la de dentro como participante e não apenas de perto como observador, e acredito que foi o que aconteceu:

vivemos a esperança no desfio da saída do Campus
vivemos as opiniões de cada um durante a viagem
vivemos a frustração de uma não atividade
vivemos as dores de quem nos preocupou

vivemos as nossas dificuldades individuais
e as partilhamos com quem estava perto
vivemos o sucesso do grupo
e o levamos a quem estava distante

E o mais importante, com o desejo de reencontro
para levar a quem mais longe estiver!

"sabe de uma coisa seu, vou lhe(s) jogar no meu baú
vivo e mágico, com as coisas boas que tem lá"
(Vanessa da Mata)

Ramiro Teixeira.