quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Um pedido, um desejo, uma cor..."

        Bom, depois do fim de semana coincidente com as festas do Natal, passamos pela última semana do ano e pelos preparativos das festividades do dia 31 e para a chegada do dia primeiro do ano a ser parido. E como diz (e provavelmente mal "interpretando") a Bíblia, a humanidade sofre as dores de um parto sem saber o que lhe caberá no porvir. Talvez seja por isso (pela não certeza do que virá) que muitos projetam nas cores do último vestuário do ano seus desejos para o próximo período.
        Dinheiro, amor, saúde e paz, não necessariamente nessa ordem, cada um com sua cor correspondente diante da importância causal e casual na vida das pessoas. Crentes disso ou não, o fato é que muitos tentam a sorte na virada, se der certo, ótimo; se não, no próximo réveillon troca-se... o pedido, a tentativa, a fórmula etc.

Ramiro Teixeira.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Velho e novo..."

         Ocidente, América Latina, América do Sul, Brasil. E temos o nosso tempo medido por eventos populares. Embora nos guiamos por dias da semana, por meses e anos, as datas comemorativas pressionam de maneira ímpar a organização do nosso tempo, e cada uma traz sua maneira particular das pessoas viverem tal data.
         Algumas ainda têm a artimanha de se prolongarem por mais dias, assim temos as festividades natalinas. Essas comemorações já começam a ser pensadas pelo menos já no início de novembro, além das tradições culturais que as sustentam, nascimento de Cristo e outras incorporadas pelos comerciantes, os demais as encaram como o começo de algo, portanto, a celebração de uma novidade, e para tanto "sugere" uma nova roupagem, roupas novas.
          É um tal alvoroço em comprar roupas novas, porque essa época não pode passar em branco e muito menos com repetições, e começa a corrida para não decepcionar (talvez o ego, no bom sentido!). 
     Coisas velhas, tempos novos, coisas novas, e temos a mescla das movimentações do seres humanos em suas mais variadas maneiras de encararem suas realidades, sejam festivas ou de outros tipos.

          Crítica ou não, aí está "Velha roupa colorida", Belchior:

"Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem novo
Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer

(...)
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais"


Ramiro Teixeira.

domingo, 11 de dezembro de 2011

"Os retratos..."

       Constatamos uma recorrência dos registros fotográficos tomando conta dos encontros entre amigos. Ora, fotografia não é uma invenção tão recente assim, porém, com todo aparato tecnológico moderno, máquinas digitais, e tantas parafernálias que eu não me arrisco a nomear, não por discordar, mas por falta de acompanhamento do ritmo com que são lançadas no mercado consumidor. Resoluções de alta qualidade e programas de softwares como suportes para manipular qualquer tipo de imagem e deixá-la de acordo (ou quase) com o que nossa mente gostaria que fosse.
      Com a facilidade da divulgação nas redes sociais da internet, então, torna-se tão mais próximo compartilhar os seus momentos triviais quanto os de maior repercussão. São registros de praticamente todos os passos do indivíduo, da pessoa, do seu grupo. De fato, se não fossem tais lembranças capturadas em uma caixinha que seja, como seriam repassadas as informações do tempo presente? Ah, o homem certamente reinventaria sua mídia.
       E para quem são repassadas as imagens ampliadas por uma "simples" placa tecnológica? É o desejo de todos saberem sobre a vida de todos ou a necessidade do indivíduo de demonstrar algo?

Ramiro Teixeira.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"Hoje..."

    Por vezes me estala a consciência às realidades e percebo o quanto de diversidade há em nossas ideias, seja lá a que estejam relacionadas, se ao planejamento direcionado a um longo prazo ou se a objetivos para serem alcançados em em único dia prestes a nascer. Ainda que com apenas essas duas variáveis escolhidas aqui, nos é apresentada uma gama de possibilidades tanto para a idealização como para a realização dos nossos empreendimentos. E aqui cabe uma boa ponderação quanto ao que traçamos como meta e como meios para chegar a um dado ponto referencial, pois ao longo dos nossos passos pode nos ser proposto um novo traçado de vida (devida).
     Ora, dependendo da esfera ou da parcela da sociedade onde vive o indivíduo em seu grupo ou na qual ele mantem suas relações com as pessoas, os referenciais e os meios para alcançá-los mudam, os projetos que arquiteta em sua mente podem seguir as possíveis influências daquilo que o rodeia, e, assim, ilustrar um dia com outros tipos de combinações entre as mesmas cores utilizadas talvez por outro personagem. Portanto, o dia anterior e o dia que se espera são forjados a partir de expectativas criadas por um conjunto de variáveis que acompanham o ser humano. 
    Porém, todas essas especulações podem cair por terra quando de fato chegam no dia de hoje. É somente neste que decisões podem ser de fato tomadas e postas em execução, concretizadas ou não, e ainda serem reavaliadas e sofrerem adaptações. Seria, com isso, talvez, um ato falho atender o hoje no dia que o antecedeu ou no dia que poderá ser seu sucessor. Variáveis de dia, variáveis de contexto, variáveis de pensamentos e de pessoas.
      Mesmo com a ciência de todas as possibilidades de agir, o ser humano surpreende em soprar as mesmss acordes, mas em sequências diferentes.

"Hoje a vida aconteceu em mim, o sol sorriu e me abraçou, me deu um abraço de calor, vejo uma vontade de viver e descobrir que a vida é todo dia assim"; "O grande segredo da vida é viver o dia" - frases de um poeta eclesiástico que não se toma por importante a ponto de cobrar sua menção autoral nessas frases em aspas.

Ramiro Teixeira.