quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"...tanta gente já passou..."

    Procuro descobrir e entender o que se passa pelos pensamentos de um cobrador de ônibus(em alguns lugares, trocador, e, por vezes, mulher!)
     Durante uma "viagem", 1h30m, 2h, mais ou menos, recebe o dinheiro, o ticket's, o passe estudantil, o cartão de passagem, a identificação, a autorização, "boa viagem" ou não, nem desejam, já é tão repetitivo.
      Quantas pessoas já o viram frente-a-frente...outras, só o perfil...outras ainda nem o notam. Como seria se recebesse "um bom dia", "boa tarde", "boa noite", "bom serviço", "bom fim de semana", "bom feriado" etc. O companheiro de quase todos os dias, os mesmos horários, o mesmo ônibus, a mesma linha, a mesma trajetória.
   Passam-se despercebidamente, passageiro e cobrador. Parece que ser indiferente tem ar de superioridade("se eu não me dirigir a ele, a sua presença em nada me acrescenta"...tolice!)
     Por outro lado, é capaz de desenvolver a percepção. Sim, observar os gestos, as facetas, as caretas que definem a personalidade. Afinal de contas, os transeuntes "acomodam-se" em seus afazeres(estudam, calculam, priorizam, resolvem, enfim) durante a viagem e dão uma amostra da personificação da natureza humana.
     E ele ali está, expectador da vida como ela é, e ainda recebe por isso.
     Um show de humanidade misturada com a atenciosidade do motorista...e ele ali...elo entre esses "dois mundos".
   Não sei se o próprio percebe isso, mas, no dia em que o fizer e tiver a coragem de vivê-lo, será um dos poetas mais brilhantes. Se for mulher, prestativa como é, então!

Ramiro Teixeira, 23/02/2008.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Ensaio?..."

"Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo(...)e as mesmas emoções sentindo(...)"

     Até por que temos apenas o dia de hoje como mutável(o agora, para ser mais preciso!). Deveria ser vivido da melhor forma possível mesmo. Ora, seria uma boa recordação para narrarmos.
    E, no caso de ser o nosso último, uma "boa herança" para os pessimistas. Sem fugir do que nos é reservado, mas, criando novos rumos para tê-lo a nosso favor. Essa foi a dinâmica de Cristo(lógico que Ele projetava o amanhã, no entanto, lançava-se de maneira ímpar no que estava vivendo, a ponto de contagiar a muitos que lhe margeavam, apontando-lhes suas "águas mais profundas", onde superar-se.)

"(...)em paz com a vida e o que ela me trás(...)"

   Assumiu com postura seu legado, mostrou a fragilidade humana, assemelhando-se. Contudo, "rasgou o véu celestial" para que os mesmos frágeis outrora pudessem reconciliar-se e recobrar as próprias vidas, traziam um jugo que já não precisavam. Fez-se ponte da mais sublime, na forma mais cruel para seus acusadores(seu acusador!), e na menos compreendida por seus eleitos. Mesmo assim, venceu em si aquela que os assombrava, a corrupção(não a corrupção da carne, essa já é perecível, mas, a da alma), num alto grau de doação.

"(...)na fé que me faz otimista demais(...)"

    Devolveu-nos a expectativa de algo melhor, diferente do que aí está. Vislumbrando um "mundo e tempo novos", onde não há espaço para o medo e a insegurança a tirar-nos do caminho. Ora, o "justo viverá pela fé" e "aquele que perseverá até fim será salvo", mas, no seu dia-a-dia, a cada passo dado, a cada decisão tomada, a cada erro cometido(porque, como canta Luís Carvalho, da Comunidade Recado, Fortaleza-CE: "se eu errar, verei outro amanhã"). É a possibilidade de uma nova chance.

"(...)se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi."

     E essa foi uma de suas lições. Andou no meio de muitos, do menor ao maior. Vivenciou...viveu seus "capítulos"!

    Não há quem o resuma, óbvio, e, como diz o evangelista: "nem tudo foi escrito...dariam muitos mais livros."

Ramiro Teixeira.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"Sua sapiência não tem preço(mulheres)"...

     Saber ler ou escrever. Saber ler e escrever bem. Nem um nem outro. Comunicar o que se tem de mais valioso...assim o faz a mulher.
        Eruditas ou não, quando se propõem a canalizar a obra divina, conseguem com tanta desenvoltura que simplifica-se o mundo...o mundo diminui, as distâncias encurtam.
      Por mais que sejam os padres, homens consagrados, que transubstenciem pelo Espírito Santo, são elas, as mulheres, que "cotidianizam" em nosso meio a presença de Jesus, ou seja, o "já e ainda não" católico.
Através de uma, Eva, abundou o pecado. Através de outra, Maria, superabundou a graça. E quantas outras "Marias" ainda há? Não sei. Mas, acredito, são bem mais expressivas que as "Evas" perdendo tempo ouvindo e seguindo bobagens.
      Quantos mais adjetivos para a feminilidade humana? Vários, com certeza, porém, feminino, por si só, realiza a razão de sê-lo.
    Vaidosas como são, se arrumam, se penteiam, se vestem, revestem-se, colorem, descolorem, plantam, frutificam...são os frutos de Deus.
    Amarguram, poluem os pensamentos, os sentimentos do mais valente másculo(nessa hora despede de si a bravura, dando lugar à clausura, talvez).
     Quantas canções namoram as fêmeas? (desculpe) namoram as mulheres? inúmeras, incontáveis. Por assim dizer, algumas nem escritas...inenarráveis...de tanto darem demonstrações convincentes da secundária alma masculina.
     Quando fogem do seu papel, encurtam seu brilho. Não o perdem, mas, ofuscam o que todos, sem saberem, desejam ver. E mostram o que acham certo...nada prudente. Mal entendido, sim. Não é o que queremos: disfarces, embustes, encartes. Nada de tudo de fora. Isso apenas incita ao prazer.
Guardar-se, sim, gera desafio, dificuldade, curiosidade...valor, amor."Labirintos prazerosos de se perder", ironia, não causam horror.
É o melhor caminho.

Ramiro Teixeira, 10/03/2008.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"Obrigado"...

"(...)minha mãe juntou as minhas mãos ainda quando eram pequenas e me falou que tinha um Deus que era um tal papai do céu. Que era Pai!(...)"

     Eu me dei conta disso quando minha mãe me parabenizou hoje pelo meu aniversário, 17/08, por sinal, 25 anos, e ao passar a tarde com meu filho, Emanuel. Ora, criou-se algo tão próprio em nossa data de comemoração anual que por hora até "esquecemos" de agradecer a quem nos educou dia-a-dia. E vale ressaltar que ela sendo evangélica(protestante, crente, enfim, como queiram!) nunca me impôs o cristianismo, muito menos o seu cristianismo.
     Na verdade sempre exercitou comigo o livre arbítrio deixado por Deus. No entanto, seus atos impõem, mesmo sem querer, o que Cristo pregou: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" e "amai ao próximo como a si mesmo".
     É normal que os filhos super-valorizem seus pais, eu sei. Para uns, é até exagero, porém, só para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer sobre quem se está falando...mãe é mãe, meus caros! Pude perceber que neste dia se faz muito pelo aniversariante, e quase nada, talvez nada mesmo, pela genetriz.
      Por tudo isso, remeto a ela todas as felicitações que me foram feitas hoje...é com ela que aprendo a receber o que me é dado, sobretudo, a vida, moldada, como a simples descrição deste blog diz, "com o tocar das mãos de seu Criador", nem sempre afável, mas, educador...Pai!
     Logicamente não esqueço do meu pai sanguíneo, porém, hoje é um olhar, por assim dizer, mariano.

"(...)e não sabem dar valor pra essas coisas, ter um lar é um tesouro.
Meu Deus, como seria bom, seria bem melhor se fosse sempre assim.
(...)seria bem melhor pra cada um, e assim pra todos nós!!!"
(essa música é "Cara de família", de Grecco)

Ramiro Teixeira.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Rastros da beleza"...

    Em contra-partida ao "essencial é invisível aos olhos", de "O Pequeno Príncipe", a beleza é, de certo modo, exigida a tal ponto que algumas pessoas impõem sobre si regimes um tanto quanto ditatoriais, deturpando, assim, a verdadeira imagem proposta.
       (...)
     Nesse caso, estão sempre a agradar aos outros, não importando o próprio bem-estar. Na realidade, dificilmente alcançarão as "exigências" dessa ditadura, cada vez mais distantes, já que estão dentro de futilidades. Ora, o corpo físico padece e se corrompe.
     Felizes, e portanto, belas, são as pessoas que buscam a paz natural(saúde, família, trabalho etc.), transparecerão a beleza interior, capaz de, desculpe a redundância, embelezar o mundo, pois, permanece e transforma as pessoas por inteiro. Toca o verdadeiro sentimento.
      O prejudicial não é a busca pela beleza, mas, a submissão apelativa.


Ramiro Teixeira, 17/12/2007.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Socialmente justo?..."

     Até que ponto as posições socais nos fazem pessoas melhores que outras?
     É o desejo de "ter status" para "ser" importante, Como se aquilo que temos, por mérito ou por fraude, como queira, designasse quem somos de fato. Ouço muito a expressão "o homem só vale o que tem", entre outras, e ai daquele que discordar! São valores totalmente invertidos, onde a humanidade como ato perdeu espaço para os próprios seres humanos que já não agem como tal, e caminham numa busca desenfreada pelo poder, seja ele qual e como for, de preferência, contínuo.
    É um clima de desconfiança, de descrença, de desprezo corrompendo as várias classes sociais, impondo-lhes um jugo maior do que suas forças podem suportar...vê-se, então, o que aí está, primeiramente a não educação, gerando o desrespeito para com qualquer tipo de idéia, aliás, reforça apenas o ideal capitalista exagerado, o consumismo compulsivo(ora, "se o próprio Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça", e esse é um ponto a ser explorado depois ). Esquece-se, pois, a importância do indivíduo por aquilo que ele é em sua essência, filho de Deus, "com D maiúsculo". Nesse caso, meu caro, perdeu-se a noção há muito.
     Talvez seja por isso que o homem queira sempre mais para si mesmo, não se importando com aquele menos favorecido.

Ramiro Teixeira.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

"Liberdade" e "paraíso"...

      Recentemente vi a foto em um celular de uma placa, nela estavam escritas as palavras "liberdade" e "paraíso". No entanto, cada uma tinha uma seta que apontava para uma direção diferente da outra. Enquanto a primeira estava para a esquerda, a segunda estava para a direita.
       Imediatamente me perguntei que seta seguiria.
     Ora, se falarmos da liberdade da qual precisamos, estaríamos distantes do paraíso, mesmo crendo no contrário. Se tratarmos da que gostaríamos de ter, parecerá que estamos no maior e melhor gozo, ao menos momentaneamente...sucumbiria.
     Muitas vezes a nossa liberdade traz a prisão alheia. Por outro lado, pensar somente nos outros significa esquecer de si mesmo, e isso nem sempre é fácil.
     Melhor seria se ambas na placa estivessem associadas para um mesmo lugar, e que não precisássemos escolher, porque isso exige a renúncia de uma.
   Quero a liberdade que traga o paraíso...e o paraíso conquistado pela liberdade... a de escolher certo.
    Ainda bem que é só uma placa...e se realmente fossem separados, como muitos crêem?

      Seria um caos, como verdadeiramente é!

Ramiro Teixeira, 10/07/2008.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Nossos jardins com flores..."

     Como a Bíblia nos "mostra", Deus fez o Jardim do Éden...imagino que o cultivou com todo zelo, cada planta, cada flor, cada rosa e tudo mais que um belo jardim possui.
     Bem, eu não entendo de jardins, porém, os admiro...quando bem cuidados, então!
     Quantas pessoas, ao comprar uma casa, se encantam quando se deparam com um, ou mesmo buscam plantá-lo no quintal? Verdadeiramente são espaços que embelezam o ambiente.
    Ora, se Deus cuidou tão bem do seu, é porque acha importante que o façamos também.
     Há quem até modifica os espinhos que crescem em meio às mais belas rosas e flores...outros não cuidam tanto do seu, as flores murcham, esses podem tirar o encanto de qualquer outro, e perdem o desejo de ter o seu próprio, passando a usufruir apenas das "flores alheias".
     Deus vem resgatar a nossa vontade de querer o próprio cultivo, não como atitude egoísta, é pela necessidade humana de preservar a vida dada por Ele.
     Esse resgate não implica em vida fácil, sem espinhos, sem problemas, sem luta, sem suor. Vem com a força suficiente para realizar o que é preciso na vida de cada um.
     Conflitos, dúvidas, incertezas, insegurança de nós mesmos em nós mesmos sempre haverá...e o quanto isso nos tira o sossego...é a mão e o erro humanos nos desalinhando, afinal de contas, somos limitados apesar de "imagem e semelhança". E como é difícil reconhecer a mão divina, a palavra dirigida, a vontade a seguir, o espinho a destruir(esse nem sempre fere ou mesmo nem o faz).
     Ofertas nos são feitas, situações apresentadas, estradas apontadas, caminhos indicados, uns com boas intenções, outros nem tanto.
É preciso, pois, paciência e cuidado em cada cultivo no "jardim".

Ramiro Teixeira, 23/09/2008.

sábado, 1 de agosto de 2009

"Porquê..."

"...a arte de viver da fé, só não se sabe fé em quê"(Hebert Viana)

     Ao menos a Bíblia traz, no livro aos Hebreus, uma explicação sobre fé: "é o fundamento da esperança, a certeza a respeito do que não se vê."
     Depositar em algo sua confiança de que dará certo esse ou aquele objetivo. Com isso em mente, preparar caminhos para alcançá-lo. Ora, considerando o Brasil um país de maioria populacional cristã, atribui-se essa confiança a Deus, embora, sejam vários desses exemplos forjados em histórias não experimentadas nem vividas de fato por aqueles que as atestam. Tornam-se comum também o abandono dessa crença cristã verdadeira e a adaptação a outros meios de sucesso, por assim dizer. As escrituras nos alertam para isso.
     A apostasia, abandono da fé, vem como divisor entre os cristãos. Ela aponta a imaturidade dos que abraçam tais ensinamentos e não conseguem ter certa constância ou têmpera em seu caminhar, desfalecendo justamente onde precisam recobrar-se, "na fraqueza(...é que sou forte").
     Ao visitar a Grécia e ver vários monumentos com inscrições do tipo "a um deus desconhecido", Paulo de Tarso viu a nessecidade de apresentar, assim como é, Aquele no qual depositava sua fé. Os gregos, extremamente sábios, louvavam algo que lhes era estranho. Adoravam vários deuses.
     Hoje perceber-se, (por que não dizer?), certa semelhança com os antigos. Nos encontramos cada vez mais na descrença salvífica divina, onde as coisas boas são frutos de pura sorte ou ainda de outros meios de leitura previsiva...e as tragédias são culpa de Deus. Esquece-se, pois, o discurso de Jesus no Sermão da Montanha e quando falou das preocupações exageradas quanto ao dia de amanhã(Mateus, capítulo 5 ao capítulo 7)...queria ao certo confirmar as promessas do Pai com seu povo, todos nós. Dessa vez, sendo o próprio Cristo o motivo de sabermos em quem ter fé, fundamentando com sua vida na forma humana e com sua esperança na forma espiritual e divina.

"Não sereis como as ondas... agitadas pelo vento, vão de um lugar para outro." (Pedro apóstolo)

Ramiro Teixeira.