quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Os inhos, as inhas..."

     Sem análises mais sofisticadas do tipo investigativo ou mesmo comparativo entre as diversas sociedades e culturas com as quais temos pelo menos um mínimo de contato, seja por qualquer meio que isto venha a acontecer, percebemos algumas características da nossa tão variabilidade expressão cultural brasileira. Para isso, recorro a um dos livros bastante lidos por quem se aventura no estudo da formação da identidade do Brasil, "Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda"(ora, não pretendo fazer nenhum comentário com caráter mais preciso de seu livro, mas tomar apenas um exemplo de seu escrito, até por que sua visão também é mais uma versão da cultura brasileira, e isto exigiria e renderia um outro espaço).

"No domínio da linguistíca(...) nosso pendor acentuado para o emprego dos diminutivos. A terminação 'inho', aposta às palavras, serve para nos familiarizar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tempo, para lhes dar relevo."(página 148, 26ª edição).

    Comumente nos relacionamos por Joãozinho, Zezinho, Chico, isso nos nomes mais comuns entre nós. Para os tipos não encontrados com tanta frequência, logo é renomeado por um apelido, como Iasnara, tornando-se simplesmente 'nara', Katiússia vira 'utinha', Keruska, 'keka'. Lembrando, ainda, dos apelidos ligados a alguma característica física ou de outra natureza, como lembrança de infância, profissão, ou gafe, assim temos 'cabeção', 'olívia palito', 'chan', 'voinha', 'by-chan', entre muitos outros lembrados não por mim neste momento.
     A irreverência do brasileiro assim é reconhecida por muitas lugares, porém, a convivência diária, cotidiana, nos entrelaça de tal maneira que por vezes nem é lembrado instantaneamente o nome de batismo de um ou outro amigo...vai dizer que isto é indício de falta de elegância? falta de etiqueta? vai dizer que isto é chique, é brega?
    Arrisquem seus palpites interpretativos, suas teses acadêmicas, suas opiniões nos botecos da vida ou nas rodas de conversas nas praças dos "shoping centers", na pinga-com-umbu nas cidades do interior, em qualquer embiente possível e provável o qual propocie um "bater-papo e jogar-conversa-fora".

Ramiro Teixeira.

Um comentário:

  1. Pinga-com-umbu foi óótimoo RamirINHO...rsrsrs
    boas lembranças...amei o post...continuo te seguindooo....bjus

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