sábado, 23 de abril de 2011

"Duas óticas..."

        Semana Santa e duas maneiras de vivê-la.
     De início, seu propósito é reviver o calvário de Jesus Cristo desde a instituição da Eucaristia, no lava pés, na quinta-feira santa; passando pela sexta-feira da paixão, no dia de sua crucificação; pelo sábado de aleluia, com a vigília e o momento de escuridão tanto espiritual quanto de expectativa; e, por fim, o domingo de Ressureição, quando o Cristo vence a batalha contra a morte.
     Depois de 2000 anos esta narrativa é reinterpretada com uma variedade cultural, seja pelos cristãos mais fervorosos ou pelos mais desinteressados; seja pelos cidadãos não-cristãos. Enfim, um fato histórico para muitos, para outros não, mas o qual tem sua reprodução em nossa sociedade de tal maneira que muito se confunde em meio ao cotidiano já experimentado de feriados destinados à suspensão de atividades reguladas(trabalho, estudos etc.), mediante uma origem religiosa ou civil. Sendo de uma ou de outra natureza, o que se tem é o aproveitamento desses feriados por ambos segmentos sociais.
    Enquanto uns comemoram mais alguns dias de interrupção de suas atividades com o confraternizar entre amigos(tendo em vista a mercadologização capitalista vendo mais uma grande oportunidade de vender seus "ovos de Páscoa" e de explorar a força de trabalho de muitos dos seus empregados, estes não têm descanso); outros não vêem motivo algum para essa "folia", encaram estes dias como um período de total contrição, reflexão(iniciada logo após o Carnaval se estendendo durante a quaresma) sobre tudo aquilo vivido nos momentos de distanciamento religioso, e a possibilidade de se retratar com o Salvador.
     De uma forma ou de outra, "o feriadão" aí está, cada qual utiliza o termo apropriado que lhe aprouver.

Ramiro Teixeira.

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