sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Dia da verdade..."

     Primeiro de abril, o chamado "dia da mentira". Considere-se o fato de muitas práticas sociais irem perdendo seu espaço ao longo da história da humanidade. Ora, o movimento da sociedade, apesar de ser lento, tende sempre a mudanças. E quantas tradições, por assim dizer, não nos trazem boas recordações, não nos fazem falta? Quem nunca pregou uma mentira nesse tão risonho dia? E mais, quem nunca foi vítima de uma brincadeira enganosa?
Não somente as crianças entravam na "celebração", muitos adultos também se faziam parte dessa alegoria. Seja qual fosse o nível da troça: "ei, caiu um objeto seu", "tem alguém te chamando acolá".
     Hoje não sei como são vividos esses tipos de dias comemorativos, parece-me que está tudo um pouco mais ranzinza, é uma tal falta de tempo para tudo, menos para as coisas sérias, isso não, trabalho em primeiro lugar de tudo, não há espaços para um...improviso, tudo precisa ler levado à risca, ou então perde-se dinheiro(a cifra ganhou uma tal importância a ponto de nos cegar para o valor da própria relação afetiva entre as pessoas!), e o capital se traveste de sentimento, e paga por ele, e também o vende.
      Ah, mas este tão "nobre" sentimento indo e vindo é isso mesmo, efêmero, irreal, esvai-se, porque o valor a ele dado, por ele cobrado não tem base terna, apenas mesquinha.
     Acho que não faz tão mal assim celebrar algo entre amigos, recusar um outro compromisso e ficar com os de nossa afeição, sem o risco do vício de ter o que pode ser visto(moeda), mas não pode comprar o invisível(amizade, até mesmo de poder contar uma mentira, nem que seja no primeiro de abril!).

Ramiro Teixeira.

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