Os Sem Terra Querem Reforma Agrária e Justiça no Campo
O mês de abril chegou ao fim, e mais uma vez o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST mostrou sua força e organização, as
ações ocorreram simultâneas em 21 estados brasileiros, desde ocupações
de rodovias, em prédios públicos e ocupações de terras, tudo para
lembrar os 16 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, o governo por
sua vez, chamou rapidamente a coordenação do movimento para conversar,
porém não apresentou propostas concretas para resolver a situação das
famílias sem terra, de uma pauta que se arrasta por mais de 10 anos
desde o Governo Lula.
A jornada de lutas como assim é chamada obteve
várias conquistas, desde a reposição do orçamento do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária INCRA, que havia sido cortado por ordem
da Presidenta Dilma, até a liberação de recursos para assistência
técnica e para obtenção de terras.
Mas, o principal objetivo, para
além das questões econômicas, foi a luta por justiça, lembrar-se dos 21
companheiros que foram assassinados na curva do “S” no Pará, exigir a
punição para os assassinos, que até hoje não foram presos. Lembrar que nos
governos Lula e Dilma a impunidade continua no campo, denunciar a falta
de uma política de reforma agrária que de fato cumpra com o objetivo de
eliminar a pobreza no meio rural, mas essa reforma agrária para ser
feita precisa ter povo mobilizado combinado com a vontade política de um
governo que a faça.
Lula perdeu uma oportunidade histórica de ter
realizado a maior reforma agrária que o mundo já viu e Dilma está cada
vez pior na relação com os movimentos sociais. Para se ter uma ideia nos
governos de direita os movimentos podiam esperar tudo, desde massacres
até pessoas infiltradas para sabotar as ações dos movimentos e espionar
para informar a policia, mas foi nos governos ditos de esquerda que
descobrimos as ações de espionagem realizadas pela Agencia Brasileira de
Inteligência (ABIM).
Da para continuar iludidos com um governo
desse tipo?
O PT ainda quer que os movimentos sigam apoiando seus
candidatos nas eleições que vem a frente, mas os atos praticados pelo
governo do seu partido os trabalhadores não perdoarão, o tempo vai se
encarregar de fazer a justiça e o povo sabe que a nossa força está na
organização popular e por mais que façam ligação do nosso movimento a
partidos políticos, sempre tivemos nossa autonomia e vamos mante-la.
Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, é preciso se
organizar cada vez mais, ocupar as fábricas, os latifúndios e organizar o
povo para a revolução socialista, por isso a luta agora é para a
construção de uma reforma agrária popular realizada pela força da classe
trabalhadora, lembrar do inicio da luta pela terra no Brasil uma
palavra de ordem que não podemos esquecer:
"Reforma Agrária: Na lei ou na
marra!"
Marcelo Matos
Nenhum comentário:
Postar um comentário