terça-feira, 1 de maio de 2012

"mais um 1º de maio?..."

Marcelo Matos, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
   
Os Sem Terra Querem Reforma Agrária e Justiça no Campo

     O mês de abril chegou ao fim, e mais uma vez o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST mostrou sua força e organização, as ações ocorreram simultâneas em 21 estados brasileiros, desde ocupações de rodovias, em prédios públicos e ocupações de terras, tudo para lembrar os 16 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, o governo por sua vez, chamou rapidamente a coordenação do movimento para conversar, porém não apresentou propostas concretas para resolver a situação das famílias sem terra, de uma pauta que se arrasta por mais de 10 anos desde o Governo Lula.

        A jornada de lutas como assim é chamada obteve várias conquistas, desde a reposição do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA, que havia sido cortado por ordem da Presidenta Dilma, até a liberação de recursos para assistência técnica e para obtenção de terras.

        Mas, o principal objetivo, para além das questões econômicas, foi a luta por justiça, lembrar-se dos 21 companheiros que foram assassinados na curva do “S” no Pará, exigir a punição para os assassinos, que até hoje não foram presos. Lembrar que nos governos Lula e Dilma a impunidade continua no campo, denunciar a falta de uma política de reforma agrária que de fato cumpra com o objetivo de eliminar a pobreza no meio rural, mas essa reforma agrária para ser feita precisa ter povo mobilizado combinado com a vontade política de um governo que a faça.

         Lula perdeu uma oportunidade histórica de ter realizado a maior reforma agrária que o mundo já viu e Dilma está cada vez pior na relação com os movimentos sociais. Para se ter uma ideia nos governos de direita os movimentos podiam esperar tudo, desde massacres até pessoas infiltradas para sabotar as ações dos movimentos e espionar para informar a policia, mas foi nos governos ditos de esquerda que descobrimos as ações de espionagem realizadas pela Agencia Brasileira de Inteligência (ABIM).

         Da para continuar iludidos com um governo desse tipo? 

       O PT ainda quer que os movimentos sigam apoiando seus candidatos nas eleições que vem a frente, mas os atos praticados pelo governo do seu partido os trabalhadores não perdoarão, o tempo vai se encarregar de fazer a justiça e o povo sabe que a nossa força está na organização popular e por mais que façam ligação do nosso movimento a partidos políticos, sempre tivemos nossa autonomia e vamos mante-la.

     Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, é preciso se organizar cada vez mais, ocupar as fábricas, os latifúndios e organizar o povo para a revolução socialista, por isso a luta agora é para a construção de uma reforma agrária popular realizada pela força da classe trabalhadora, lembrar do inicio da luta pela terra no Brasil uma palavra de ordem que não podemos esquecer:
       "Reforma Agrária: Na lei ou na marra!"

 Marcelo Matos

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