domingo, 1 de maio de 2011

"Datas comemorativas...?"

     Dia do trabalho(ou do trabalhador).
   Eu não sou muito condizente com datas fixadas para a comemoração, prestígio ou relembrança de algo marcante ao longo da história de um povo. Sempre aquele velho argumento: dia das mães é todo dia do ano, dos pais também, mas é preciso representá-los; enfim, assimila-se esta verdade e é criado um dia específico, servindo como uma data ícone em celebração de um evento histórico.
     Decerto, um episódio toma vários significados no processo de vida de uma sociedade, e sua atribuição depende em grande parte do que é vivenciado no momento atual num dado país, cidade etc. Ora, ultimamente, e diria ainda, geralmente, a configuração do regimento de um povo é dado de maneira quase silenciosa e imperceptível por quem o governa.
    Em boa parte do território brasileiro, o dia símbolo da luta por direitos trabalhistas é vivido da seguinte maneira: é feriado; há aumento do salário mínimo; alguns patrões sorteiam certos prêmios entre seus funcionários, fazem até festa para seus "colaboradores". Assim, imaginam tais proprietários estarem contribuindo com seus empregados e dando-lhes melhores condições de produção, esta logicamente para uma maior lucratividade de sua empresa, lucratividade pessoal.
   Somos educados para atender o mercado de trabalho como peças produtivas(daqui seguem os inúmeros graus de capacidade) para quem detem os meios de produção. A consciência é treinada para uma lógica de capital atendendo não a nós mesmos, mas a um sistema de reprodução e reposição do poder dos "vencedores na vida mercantil". 
     Enquanto o salário mínimo aumenta em média R$ 30,00 por ano, o sistema bancário, as empresas financiadoras, os próprios políticos, e tantos outros segmentos  profissionais(ah, profissionais mesmo, hein!) têm sua "retribuição pecuniária do serviço exeutado"(nota do dicionário) com uma margem exorbita. Cada imóvel, cada carro, cada moto adquirida através de um financiamento idealiza uma melhoria de vida por parte de quem comprou. Ora, o dinheiro pago nesses casos daria para adquirir pelo menos outro bem  de igual condição. Essa moeda excedente vai para o bolso de quem já demanda lucro.
     Sinceramente, neste dia, pela presente situação econômica da sociedade em geral, não tem algo a ser comemorado; muito vais válido é reconsiderar as verdadeiras reivindicações e necessidades de um Brasil encoberto!

Ramiro Teixeira.

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