terça-feira, 28 de julho de 2009

"Às claras..."

     Sempre há a possibilidade de um livro preferido deixar de sê-lo, considerando que muitos ainda não foram lidos. No entanto, na lista daqueles que já me fizeram viajar por várias histórias, merece destaque(não que os outros da lista não sejam bons, na verdade o são também), "Chão das Almas", de Moacyr de Góes.
     Em breve resumo, o livro percorre a ficção romanceando a realidade vivida entre 1930 e 1946 em Natal, no Rio Grande do Norte, pincelando com maior destaque o movimento de 1930, o levante comunista de 1935, o Estado Novo, entre outros marcos da História. Para quem gosta de conhecer o passado de sua terra, é uma ótima leitura. E mesmo para os mais desinteressados, acredito que essas páginas por si só causam verdadeira paixão pelos becos e cotidianos do bairro das Rocas da época e pelas fugas para o rio Potengi. Por sinal, é de uma bela descrição desse rio que vem o título do livro.
     Com o subtítulo "romance e história", não poderiam faltar narrações de casos amorosos, desde os mais ordinários aos extremamente prazerosos...
Trata-se de um olhar minucioso de mais um mestre das letras explorando o que o povo tem de mais célebre...seu dia-a-dia, entrelaçado com os rumos da sociedade que luta por seus ideais, quem sabe, por seus direitos.

Ramiro Teixeira.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

"É, as mudanças..."

     Os dias sempre recomeçam, a angústia e a dúvida que nos assolam ao dormir, e que não nos deixam dormir, parecem mais frágeis ao amanhecer. Eu diria que a arte de ver as pessoas caminharem na matina, ouvir o gorjear dos pássaros ou ainda o próprio movimentar dos estudantes, dos trabalhadores ou simplesmente dos que acordam cedo sem atividade específica, e isso é perfeitamente discutível, ou seja, a oportunidade de presenciar o desenrolar dos outros nos impulsiona a, pelo menos não querer dar um nó, querer resolver.
     Realmente, tudo isso não diminui os problemas, porém, nos faz "levar as talhas de água" para que sejam transformadas no vinho do qual precisamos.
     Não se contagiar com o amanhecer seria não acreditar na realização do dia... mesmo um dia chuvoso como esse, literalmente!
     Apesar de tantas perdas, parece que algumas pessoas não se habituaram a mudanças. Ora, se o próprio Cristo disse:
"outrora éreis...agora, sois",
em outra ocasião, falou a Simão:
"vinde, e te farei...",
posteriormente, Paulo de Tarso disse:
"não vos conformeis com esse mundo..."(desculpem, também não lembro da localização bíblica), sempre a Palavra nos propõe mudanças.
     Obviamente algumas, não as propostas pela Bíblia, são desnecessárias, sem mencionar a célebre frase popular: "há males na vida que vêm para o bem". O que quero compreender é o fato de termos a expectativa do novo, do surpreendente, não como o fim de tais coisas, mas, no diferencial que a vida nos reserva.
     O que é feito daqueles que passam a vida toda sem "novidades", em relação aos que constantemente experimentam o novo no que fazem?

Ramiro Teixeira, 27/05/2008.

domingo, 26 de julho de 2009

"Saborear a vida..."

     Saborear a vida: esse é o título de um dos livros do saudoso Pe. Léo(Comunidade Betânia). Por sinal, ainda não o li, mas, percebe-se que é bastante sugestivo. No entanto, não é sobre o livro em si que são estas palavras.
Ora, saborear é sentir o sabor...bem simplório.
(...)
     Imagino que podemos comparar, logicamente que com as devidas proporções guardadas, a vida com aquilo que saboreamos. Bem, quantos de nós já experimentaram os sabores da vida? Para muitos, tornaram-se até dissabores. Mais que isso, penso que, ao prová-los, é possível corrigir os erros que os tornaram assim.
     Quantos maus tratos recebe a nossa vida, muitas vezes causados por nós mesmos? E o que podemos aprender com eles? Simples: possibilidades para minimizar futuros possíveis erros e desencontros. Afinal, se prestarmos bem atenção, veremos que a vida sempre nos presenteia com belos e duros ensinamentos, eles podem ser tranquilamente os seus sabores. Por hora, alguns não tão agradáveis, até mesmo desagradáveis; outros não tão apreciáveis...contudo, saborear a vida é provar sim seus sabores, aproveitando sempre a melhor parte...
(...)
     Sabe aquele olhar de Jesus na Bíblia, e que sempre o tem, ao enxergar a necessidade das pessoas? Olhar de igualdade, de ver algo melhor em nós e que possa superar tudo que temos de dissabores. São tantos os exemplos, porém, gostaria de citar um.
     As irmãs Marta e Maria. Uma preocupada com a "festa", com o banquete para o convidado(o que é uma maneira de cuidar), e outra que enxergava apenas o visitante, aquilo que ele melhor oferecia, sua palavra, e dava-lhe também sua atenção, o que ela tinha de melhor(também é uma maneira de cuidar)...
     Pergunto-me qual das duas pôde aproveitar-lhe melhor o sabor, a que o serviu ou a que encheu-se dele?
     Jesus falou que quem buscou escutá-lo se preocupou com a melhor parte.Imagino, no entanto, que aquela que preparou toda a "festa" parou para escutá-lo, porém, bem depois, assim perdera o início de suas palavras. Ele falara isso não por ser egoísta, mas, por ensinar os atalhos da vida.
     Ora, não é saudável que nossas atividades nos escravizem nas piores partes, na fuga do nosso próprio viver, por exemplo. Ele mesmo nos provou isso:

fez do seu cotidiano uma preparação para o próprio martírio...
fez da sua morte uma causa do espanto de outros...
e da sua ressurreição, ponte entre aqueles que deixara, os ouvintes, e o que o chamara, o Pai.

     Saborear a vida: apontar caminhos para o próximo, caminhos de ressurreição diária e eterna.


Ramiro Teixeira, 29/04/2009.

sábado, 25 de julho de 2009

"Combinações..."

Alguns nomes de belas letras de músicas:


(...)Ah, eu senti o vento no litoral pro dia nascer feliz, porque o tempo não pára, e isso torna-se exagerado por quase um segundo, faz-me maior abandonado nesta vida, louca vida...além disso, só se for a dois vale um trem para as estrelas como ideologia num eclipse oculto...e por aí vai...
(...)


Ramiro Teixeira, 14/02/2008.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Sei lá..."

     Eu não sei até que ponto pode-se falar de liberdade da alma, de liberdade da vida, por assim dizer...muito menos a partir de onde somos libertos. Não me refiro estritamente ao que diz respeito à religião.
     Por exemplo, por que angustiou-se Jesus? Pelo sofrimento que estava prestes a passar ou pelo motivo do sofrimento(tendo em vista que "obrigou-se" a isso porque não acreditaram na sua filiação, teria que negar sua origem para não ser crucificado)?
(...)
     "Agora está tão longe ver, a linha do horizonte me distrai..."(Renato Russo)...parece que de tempos em tempos o véu do céu rasga-se mais uma vez, sorte de quem o percebe assim: um novo horizonte a buscar, onde já não o confundimos com o limite horizontal do mar, que, apesar de tão próximos, estão distantes. Não sabe-se o que está entre eles, apenas, certifica-se que há. Aquela velha história do tesouro no fim do arco-íris...
(...)
"tornou-se vértice o horizonte, o antes distante ficou logo ali." (Ítalo Villar)

     Por esses dias estava na praia à noitinha, a lua cheia apoiava-se não sei como no céu quase que escuro, poucas estrelas brilhavam sobre o mar, um pouco agitado, porém, em sintonia com os meus pensamentos.(...)Eu estava apenas pensando, permitira-me o luxo de imaginar o distante logo ali(...)

Ramiro Teixeira, 22/04/2008.