sábado, 19 de novembro de 2011

"silêncio social..."

          "...não existiria som se não houvesse o silêncio...", Certas coisas-Lulu Santos.
         
       Ora, os estudos antropológicos nos dão uma boa contribuição para uma possível compreensão dos acontecimentos sociais. Os pares de oposição, como direito/esquerdo, dentro/fora, alto/baixo, entre tantos outros, são designações interdependentes, muito embora com algumas ressalvas cujas citações não precisam ser feitas aqui nem agora. Pois bem, só temos a noção do que é "dentro" por que sabemos que existe um espaço situado "fora", e vice-versa, e da mesma maneira com as outras duplas divergentes.
         Voltando ao "silêncio e som", sempre me perguntei qual a melhor forma de pedir silêncio: se cruzando os lábios com o dedo indicador, fazendo com a boca um traçado em forma de cruz ou sinal de soma, libertando um "xiiiiiii"; se falando mais alto do que o barulho em volta, e literalmente pronunciando silêncio; ou se simplesmente calando até que o silêncio de um seja percebido pelos demais.
        E como é dito mundo a fora, "quem cala consente", o silêncio também pode ser encarado como resposta "concordata" ao que está sendo proposto;  porém, o silêncio pode ser um tal desprezo da parte de quem recebe uma proposição, porque também é pressuposto de indiferença.
         Enfim, silêncio e som, antagônicos, complementares, intencionados ou não, sempre causam um certo furor em quem participa do mesmo espaço no qual eles figuram.

Ramiro Teixeira.

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