terça-feira, 27 de abril de 2010

"Ao regime, às àguas..."

Curioso como a vida, por vezes, segue o regime das águas... as pessoas vêm, passam, vão...
Há ocasiões nas quais as famílias se reúnem,
cada uma em seu meio. Todos.
Os avós, os pais, os filhos, alguns primos,
os filhos dos primos, os sobrinhos, os cunhados,
os sobrinhos dos cunhados, os irmãos dos cunhados,
as esposas dos irmãos, e por aí segue. Todos se encontram.
A hora dos encontros diverge. Uma hora estão uns, outros não,
os que estavam observam o avançar das horas, e vão. Chegam outros,
mais tarde que a hora avançada que levou os primeiros. A mesma hora os trouxe.
Tarde para alguns, exato para outros, cedo para aqueles. A mesma hora vista por três diferentes referenciais, e ainda há o quarto, que considera tal hora como hora nenhuma ou nem considera hora de fazer alguma.
O coração se alegra com a casa cheia,
entristece-se com a partida, mas se conforta porque é o ciclo da vida
e comporta-se com outras chegadas.
É a mesma praia que recebe e devolve às águas as ondas.
Ondas pequenas, fraquinhas
ou turbilhões de metros cúbicos capazes de devastar o que encontram,
de inundar o ressequido. Mas, é a mesma praia.
É o mesmo coração, sofrido, experimentado,
ora desértico ora inundado, encharcado
ou apenas à espera da próxima "enxurrada de gente" com tudo que ela tem de seu, que recebe e devolve à vida as pessoas.
Mas é o mesmo coração.

Ramiro Teixeira.

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