sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Equlíbrio objetivado..."

Em um dos livros mais demorados que já li achei este texto:

     "...Num sentido muito real era um jogo, o jogo muito sutil e inteiramente sério de posição comparativa, que é jogado por todos os animais sociais. É o método pelo qual os indivíduos se colocam(...) de forma a viverem juntos. O jogo coloca duas forças contrárias em oposição uma à outra, ambas igualmente importantes para sobreviver: autonomia individual e bem-estar da comunidade. O objetivo é alcançar equilíbrio dinâmico.
    Às vezes e sob certas condições, os indivíduos podem ser quase autônomos. Um indivíduo é capaz de viver sozinho e não se preocupar com classe social, mas nenhuma espécie pode sobreviver sem interação entre os indivíduos. O preço derradeiro seria mais final que a morte. Seria a extinção. Por outro lado a subordinação total do indivíduo ao grupo é igualmente devastadora. A vida não é estática, nem imutável. Sem individualidade não pode haver mudança, ou adaptação e, em um mundo inerentemente mutável, qualquer espécie incapaz de se adaptar também está condenada.
     Os seres humanos em uma comunidade, quer seja tão pequena quanto duas pessoas ou tão grande quanto o mundo e não importa que forma a sociedade assume, se colocarão de acordo com alguma hierarquia. Os costumes e cortesias comumente compreendidos podem ajudar a aliviar o atrito e diminuir o stress de manter um equilíbrio funcional dentro deste sistema em mudança constante. Em algumas situações, a maioria dos indivíduos não necessitará comprometer muito de sua independência pessoal para o bem-estar da comunidade. Em outras, as necessidades da comunidade talvez exijam o máximo sacrifício pessoal do indivíduo, mesmo da própria vida.
     Nenhuma forma é mais certa que a outra, depende das circunstancias; porém nenhum extremo pode ser mantido por muito tempo, tampouco uma sociedade perdura se algumas pessoas exercem sua indivualidade à custa da comunidade..."

"Os Caçadores de Mamutes", 3ª edição, página 350, Terceiro Volume da Série "Filhos da Terra", de Jean M. Auel.

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